sexta-feira

Ele engraxa, tu engraxas...eu não engraxo


Voltando para casa, eis que na Rua da Assembléia me deparo com uma engraxataria... nossa, acho que não me lembro de ter visto uma sem o selo 'cult' dos aeroportos.

Pois bem, olhei para os meus sapatos e pensei: eu precisava dar um brilho neles....Mas a meia dúzia de senhores engraxates me inibiu.

Em pleno século XXI, fiquei encabulada de adentrar o distinto recinto, reservado só para homens.

Então começou a minha viagem: antigamente as mulheres não deviam engraxar os sapatos fechados. Não! Antigamente as mulheres não tinham sapatos fechados. Não! Antigamente as mulheres não trabalhavam! Isso! E por isso as engraxatarias permanecem com a tradição masculina...

Enquanto isso, meus sapatos fechados continuam sujos porque eu não tenho tempo para limpá-los e não tenho coragem de entrar na engraxataria...

sábado

A canela? Ah, espalha feito talquinho...


Banana é como os brasileiros, versáteis e pau pra toda obra (atenção: nem todo brasileiro é banana).

Até mesmo quando você acha que os brasileiros, ops, quer dizer, as bananas já não vão dar em nada, elas podem se reencarnar em forma de cuca dos deuses.

Essa aqui é tradicional de família. Me custou ter de prepará-la só para conseguir a receita...

Eu já não agüentava mais Dona Jô me dizendo as medidas sem imprecisões, porque ela faz de olho fechado:

- “Vai colocando um pouquinho de açúcar, farinha igual, 3 ovos, um tiquinho de fermento...não sei! Vai vendo e adicionando... Ah, a canela é para espalhar feito talquinho...”

Agora, para a alegria dos amantes dessa cuca já famosa no Edise, no Castelo, e nos tempos da escola, consegui anotar as reais medidas da receita, com passo-a-passo e dicas no final...

Leia tudo 'hasta el final' antes de fazer!


- 4 bananas feiosinhas
- 3 ovos
- 1 tablete de claybon ou manteiga (para usar em várias etapas da receita)
- farinha de trigo (6 colheres de sopa)
- açúcar (6 colheres de sopa e mais outras porçõezinhas durante a receita)
- fermento ( ½ colher rasa de chá)
- canela em pó

1-Untar o tabuleiro com claybon e açúcar. Salpicar canela de leve!

2-Cortar as bananas em lascas (como se fossem filezinhos de abobrinha). Cobrir o tabuleiro com as bananas.

3- far. de trigo + açúcar + fermento + 1 c. chá rasa de canela: misturar esses ingredientes em um pote. Colocá-los em cima das bananas.

4- Espalhar 8 quadradinhos finos (de ½ centímetro ou menos cada) de claybon por cima.

5-Em um outro pote, bater as 3 claras e depois misturar as gemas nele. Colocar essa mistura por cima, no tabuleiro.

6-Em um copo, misturar 1 c. de sopa açúcar + 1 c. chá rasa canela.
Espalhar no tabuleiro.

7-Levar ao forno por 25 minutos, a 255ºC. Ligar o forno uns 10 minutos antes.

Dicas:
- para ficar com a beiradinha crocante, concentrar mais a mistura 6 nas beiradas! Fica uma diliça!
- a quantidade de canela depende do gosto do freguês. Quem gosta de menos, coloca menos, ou o contrário.
- se bater muito no 5, vai lembrar o gosto e a consistência do pão-de-ló. Vai ficar meio parecido com bolo, mas é diliça idem. Portanto, fica a gosto do freguês.
- não cubra o tabuleiro assim que retirá-lo do forno, porque senão fica murcha.